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Fotojornalismo: capturando memórias e narrativas através das lentes

Publicado em

04/09/2023 15h22

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Olhares cearenses por trás das manchetes, conheça as emoções e histórias dos repórteres fotográficos

No dicionário, fotojornalismo é definido como o Jornalismo em que a matéria escrita é subordinada a uma apresentação de fotos ou em que a proporção das imagens é mais alta que o usual. No entanto, na prática, o fotojornalismo vai muito além dessa definição. No último sábado (02), foi celebrado o Dia do Repórter Fotográfico, destacando essa profissão que captura emoções e sensações em um instante. Repórteres fotográficos desempenham um papel vital na compreensão do mundo, conectando o público a eventos significativos, revelando a verdade e provocando mudanças sociais e políticas. Eles são testemunhas visuais da história e guardiões das memórias.

O fotojornalismo é uma forma de arte e uma ferramenta de documentação que nos permite ver o mundo através dos olhos de seus praticantes. É uma celebração da capacidade humana de capturar a essência de um momento em uma única imagem e compartilhá-la com o mundo, para que todos possamos refletir, aprender e sentir. Para falar sobre os desafios e oportunidades desta carreira, alguns repórteres fotográficos contaram ao Nosso Meio o que cerca essa jornada. 

Bruno Moura – InVoga

Bruno Conta que seu maior desafio nessa trajetória é proporcionar a satisfação do cliente, logo que estamos em uma era em que as tecnologias possibilitam a criação de cenários, ele destaca a importância do olhar único de cada profissional por trás das lentes. 

“Meu maior orgulho dentro da minha jornada é aprender diariamente, é entender que nosso olhar é único, que faz enxergar para além daquele momento. É registrar o que há de mais belo, e extrair o melhor de si e daquele momento”, conta

Suas maiores referências são João Teles, Cesinha e Raul Aragão. O seu objetivo para os próximos anos é  explorar mais o universo de moda, quem sabe conhecer outros lugares e países através da fotografia.

Foto: Bruno Moura

“A fotografia traz uma linguagem universal, é mais que apenas imortalizar um momento. Ela traz reflexão, sentimentos, debates, estudos. Ela consegue impactar o telespectador com seu poder incrível de atrair os olhares, pq em si uma fotografia informa mais que mil palavras”, destaca. 

José Sobrinho – Fiec 

José Sobrinho contou ao Nosso Meio que seu principal desafio neste meio foi aprender a fotografar, logo que no início de sua carreira, as câmeras não tinham a tecnologia que tem hoje. Ele narra que o seu maior incentivo nessa jornada foram seus amigos. 

Sobrinho diz que o maior diferencial da fotografia, além da informação, é a acessibilidade e facilidade de transmitir o impacto do fato.

“O profissional da fotografia sempre vai existir, ele é necessário para fazer uma documentação, fazer a história do nosso nosso Brasil. A fotografia tem um carisma, que é a maneira mais rápida de comunicar alguma coisa, pois quando se vê uma fotografia na primeira página de um jornal, ela já conta uma história, ela tem o seu impacto só na visão. Quando você vê a fotografia você lê quase a notícia toda e é importante que tenha uma fotografia muito boa até para as pessoas que não tem um avanço na comunicação”, ressalta.

Foto: José Sobrinho

Fernanda Barros – O Povo

Foto: Fernanda Barros e O Povo

Para Fernanda o maior desafio do fotojornalismo é a rotina puxada da profissão. A movimentação entre eventos diários exige muita atenção e isso por vezes, torna-se desgastante.

“Além disso, também tem a questão de precisarmos nos dispor a viver aquele cotidiano que vamos fotografar, o que acaba sendo um desafio várias vezes, pois é tudo muito novo e repentino, mas há aí um lado bom da situação…você acaba conhecendo novas pessoas, novas narrativas e histórias da sua cidade ou de outras. E o ato de estar sempre se deslocando também tem um ato bonito: você acaba descobrindo mais coisas sobre o lugar onde você está, enxergando de outros ângulos, de outras vivências”, explica.

Fernanda entrou para o fotojornalismo através da oportunidade de ser fotógrafa do Jornal O Povo, e nesse momento ela precisou se desprender um pouco de algumas questões do seu curso Cinema e Audiovisual, para poder enxergar o fator jornalístico. As suas inspirações são as outras mulheres fotógrafas que acabou conhecendo na sua jornada Thaís Mesquita e Bárbara Moira

“Aprendi a desenvolver esse novo olhar dentro da redação e junto com o auxílio dos meus editores e professores da faculdade. Quando comecei a participar mais efetivamente de algumas coberturas comecei a me apaixonar pelo ato de fotografar histórias e traduzir na imagem toda uma narrativa. É no ato de documentar que se juntam as minhas duas paixões: cinema e jornalismo”, revela.

A repórter explica que a fotografia registra uma potência de linguagem enorme e que tudo que passa pelas lentes se torna história. 

“É no fotojornalismo que a gente faz a história do nosso país ser presente. E o impacto que isso gera é muito bonito, pois aí se cria uma comoção e a necessidade do leitor/espectador do jornalismo de se aproximar da história brasileira. E é aí que criamos os laços de pertencimento e reconhecimento. Então, sim, eu acredito muito que a fotografia impacta a mídia, e é algo muito bonito, pois imagens contam histórias”

Fabiane de Paula – Sistema Verdes Mares

Para Fabi, os desafios são muitos. Contar uma história, um acontecimento, em uma imagem só pra ela é o maior desafio, pois é preciso ter muita sensibilidade e criatividade. 

“Se adaptar as mudanças do mercado é outro ponto bastante desafiador. E a maior oportunidade que o fotojornalismo me proporciona é de conhecer pessoas (histórias) e lugares que jamais conheceria se não fosse pela minha profissão”, destaca. 

Sua jornada muito a orgulha. Fabi diz que ao longo dos seus 12 anos de profissão enxerga sua evolução e dedicação nos trabalhos.

“Acredito que levo para minhas imagens um pouco de quem eu sou”, revela. 

O ato de documentar a realidade por meio da fotografia é uma forma única de contar histórias. As imagens capturadas pelos repórteres fotográficos não apenas ilustram eventos, mas também transmitem emoções, provocam reflexões e, muitas vezes, mudam a forma da sociedade de enxergar o mundo. Eles são os olhos por trás das manchetes, responsáveis por conectar o público local com eventos distantes e desconhecidos, revelando detalhes e nuances que poderiam passar despercebidos de outra forma.

O fotojornalismo não se trata apenas de fotografar eventos importantes; também se trata de dar voz aos menos ouvidos e de destacar questões sociais, políticas e humanitárias. Os repórteres fotográficos muitas vezes trabalham em regiões onde a injustiça é predominante, e suas imagens são ferramentas poderosas para sensibilizar o público e provocar mudanças.

Portanto, ao conhecer os bastidores das emoções e histórias contadas pelos repórteres fotográficos cearenses, reforça a lembrança do impacto duradouro dessa profissão. Suas fotografias não são apenas registros visuais, mas testemunhas silenciosas da história, que transcendem o tempo e conectam o passado, o presente e o futuro.

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