11ª edição

Tendências de Marketing Político para 2024: uma abordagem multifacetada para um eleitorado diverso

Publicado em

19/03/2024 00h00

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Estrategistas políticos enfrentam o desafio de integrar estratégias diversas. A IA, combinada ao conhecimento humano, impulsiona campanhas políticas eficazes, conectando-se a eleitores digitais e tradicionais

O cenário do marketing político para 2024 não se limita apenas às estratégias convencionais, já que a inteligência artificial (IA) emerge como uma peça-chave na revolução das campanhas eleitorais. A junção de várias estratégias, desde a participação em trends até o tradicional santinho de papel, é moldada por algoritmos inteligentes e análises preditivas.

Ao aderir a tendências como IA, análise de algoritmos e envolvimento em trends, por exemplo, os candidatos conseguem humanizar suas imagens e mostrar um lado mais descontraído, conquistando a atenção de um eleitorado muitas vezes saturado do conteúdo político convencional.

Rafael Ataíde, estrategista político e sócio da Agência Capital Comunicação, defende que a verdade é incontestável. Diante disso, é essencial alinhar a narrativa à realidade, comunicar de forma clara, objetiva e transparente, abordando as preocupações reais das pessoas e propondo soluções concretas. “A política atual difere significativamente daquela de décadas passadas devido à evolução da comunicação. Além dos tradicionais meios como TV, rádio, jornal e revista, a internet trouxe uma velocidade sem precedentes. Comunicar nas redes sociais, anúncios online ou canais de Youtube é fundamental para credibilizar partidos e candidatos. A política recentemente passou por transformações drásticas, exigindo compreensão da importância de falar a verdade. Transmitir segurança e abrir diálogo requer uma abordagem transparente, alinhada com a realidade, evitando mentiras e promessas vazias. Os cidadãos brasileiros não toleram mais discursos desatualizados”.

Rafael Ataíde

Harley Dias, estrategista político com mais de 20 anos de experiência, destaca que a comunicação política baseada na veracidade e excelência do conteúdo é crucial para fortalecer a democracia. Segundo o especialista, essa abordagem capacita os eleitores a tomar decisões certeiras, incentivando a produção de conteúdo de alta qualidade por parte de candidatos e partidos. “Com o eleitorado cada vez mais informado e conectado, a necessidade de uma comunicação de qualidade se torna ainda mais crítica. Além de influenciar o cenário eleitoral, uma comunicação focada na veracidade e qualidade contribui para a educação e desenvolvimento do senso crítico dos eleitores. Candidatos e partidos que priorizam esses princípios estabelecem uma conexão mais sólida e significativa com o eleitorado, fortalecendo a democracia e promovendo transparência”.

Harley Dias

Para o publicitário Alex Nastácio, sócio-proprietário da Agência Nova Comunicação, a escuta é primordial, porém, mais que simplesmente ouvir, o eleitor quer falar e ser ouvido. “O candidato que usar suas plataformas para esse fim terá grande êxito em sua campanha. E o maior diferencial das redes sociais é justamente esse, ouvir o eleitor e criar estratégia e planejamento eleitoral baseadas no que os eleitores querem”, pondera.

Alex Nastácio

Atualizando o santinho de papel

Mesmo com a crescente digitalização, a tradição do santinho de papel não é esquecida. Estrategistas políticos utilizam IA para identificar os locais ideais de distribuição física, personalizando a abordagem de acordo com o perfil demográfico de cada região. A ferramenta otimiza a eficácia dessa estratégia tradicional, garantindo que o material impresso alcance seu público-alvo de maneira mais precisa. Alex Anastácio enfatiza que hoje temos como usar o papel e o digital em convergência de conteúdo. “Além de usar QRcode em peças gráficas impressas para direcionar o eleitor para a informação desejada. Acredito também que novos formatos, gramatura de papel, facas especiais e até mesmo realidade aumentada serão importantes nas eleições que se aproximam”, destaca.

O objetivo de cada estratégia deve convergir para a quebra do distanciamento entre políticos e eleitores. Por meio de conteúdos mais pessoais, como bastidores de campanha, momentos familiares e experiências cotidianas, os candidatos buscam se aproximar do eleitorado, criando uma conexão emocional que vai além das plataformas políticas tradicionais. Sobre esse quesito, Rafael Ataíde ressalta que vale lembrar que redes sociais são uma forma de entretenimento, de comunicação leve, de conteúdo autêntico e precisa ter conexão com sua proposta pessoal.

Ferramentas para combater fake news

Diante desse cenário, o papel dos estrategistas políticos e das agências de comunicação especializadas em marketing político torna-se ainda mais relevante. Eles são responsáveis por conceber e implementar estratégias que levem em consideração não apenas os aspectos tradicionais da política, mas também as nuances do ambiente digital, dentre elas as fake news.

“Não tenho dúvidas que destas eleições para frente teremos muitos problemas com fake news que cada dia fica mais difícil o cidadão comum diferenciar o que é real ou não. Por exemplo, provavelmente teremos muitos vídeos deepfake (onde utilizando IA podem criar clones virtuais de imagem, voz, simulando candidatos falando coisas contrárias ao que ele defende). Imagina como isso é complicado para o cidadão comum saber se é real ou não, ou vozes que podem circular no WhatsApp sendo criadas com inteligência artificial”, reflete Rafael Ataíde.

Harley Dias corrobora afirmando que as fake news, embora não sejam um fenômeno recente, adquiriram um novo patamar de influência com a popularização das redes sociais. “Esse ambiente digital amplificado torna o combate às informações enganosas, especialmente durante uma campanha eleitoral, um desafio multifacetado que exige uma abordagem planejada”, defende.

Segundo ele, a implementação de estratégias integradas é indispensável para enfrentar esse desafio de maneira eficaz, sendo a instauração de sistemas avançados de monitoramento e análise um passo fundamental.

Em resumo, estrategistas políticos e agências de comunicação especializadas agora têm à disposição ferramentas avançadas que não apenas respondem às tendências nas redes sociais, mas preveem e moldam o cenário político com uma abordagem holística.